Exposição
DIGNIDADE
por Marcelo Weiss
São Tomé e Príncipe é um grupo de três ilhas, mas o nome do país é dado pelas duas maiores. A Ilha de São Tomé é a maior, com 200 mil habitantes. Já a Ilha do Príncipe é bem menor, com população de 15 mil pessoas e apenas um quarto da área é habitada. O nome de Ilha do Príncipe deve-se ao fato de o Rei de Portugal ter dado à ilha ao seu filho, o Príncipe. No século 19, com a exploração da mão de obra escrava por parte dos portugueses, as ilhas se tornaram as maiores produtoras de cacau do mundo. Os recursos serviram para a construção da cidade de Luanda, em Angola, e a cidade de Maputo, em Moçambique, ambas também colônias de Portugal.
Em 1975, São Tomé e Príncipe tornou-se independente de Portugal e, atualmente, vive em extrema pobreza. Apesar das circunstâncias, existe um país com estrutura educacional, além de um povo muito gentil e educado, entretanto, sem dignidade. Aliás, este é o ponto central do sentimento deste povo. Todos os anos, no Dia das Crianças, comemorado no primeiro dia de aula, todas as crianças recebem uma roupa nova e cuidados nos cabelos, com tranças e contas de todos os tipos e cores. Este é o Dia da Dignidade, quando cada menina pode ser uma princesa em seu próprio mundo.
Marcelo Weiss começou a fotografar aos 11 anos, incentivado e orientado pelo avô, um industrial que tinha na arte da fotografia muito mais que um hobby. Profundo conhecedor da fotografia analógica, usou essa base para aperfeiçoar-se e desenvolver técnicas próprias na fotografia digital. Atuou ao longo da carreira como fotógrafo de moda, colaborando com campanhas para grandes empresas. Sempre atraído pela forma e pela luz, estudou ilustração na Escola Panamericana de Artes e cursou Arquitetura, no nível superior, embora sempre tenha atuado com publicidade. Por meio das viagens, teve muito contato com outras culturas, explorando lugares distintos como Marajó ou São Paulo. Mantém interesse especial pelas culturas africanas, com destaque para Moçambique, Angola, Zimbábue e São Tomé e Príncipe, capturando ricas culturas, por meio das lentes, trazendo uma visão ainda inexplorada aos olhos do espectador.